Um amigo gênio meu certa vez me disse, parafraseando um dos criadores do South Park, que criar é a melhor alternativa pacÃfica pra seres problemáticos como nós. Afinal, tem dias que você chega no seu limite: ou pega uma arma e faz uma chacina, ou pega uma caneta e um papel e canaliza esse sentimento de outra maneira.
Rebecando é protesto. à meu jeito de não sair por aà atirando em tudo e todos. A Rebeca e seus quadrinhos saÃram da minha cabeça de uma maneira muito, muito estranha. Foi fácil demais. A imagem dela tava pronta, e ela é tão autobiográfica que até dá medo. Parece que é coisa doida, parece que é coisa que baixa em mim, de repente as idéias vão fluindo e as tirinhas vão aparecendo. Não preciso pensar. Talvez, se pensasse, a qualidade das piadas fosse muito maior. Mas não funcionaria tão bem terapeuticamente falando.
Foi simples: em 2005 eu me via revoltada e inconformada com tanta coisa na faculdade que percebi que se eu transformasse tudo aquilo em posts, ia virar uma blogueira chata, eterna, cansativa e mal amada. DaÃ, depois de muitos Bill Wattersons e Fernandos Gonsales, achei que transformar revoltas em piadinhas de 3 quadrinhos é a melhor terapia já criada.
DaÃ, minhas meninas andaram paradas por quase 1 ano. Não que não tenham aparecido milhões de motivos, mas parece que eles resolveram ficar incubados.
Hoje, então, me meti em uma situação fantástica: 4 horas em um lugar estranho sem nada pra fazer, um momento de 4 horas que me fez sentir tão Rebeca, sem um livro pra ler, sem uma janela pra admirar a chuva.
Mas, na mesa defronte, sulfites e canetas.
E, na minha cabeça acima, inconformações várias.
Comecei a rabiscar. A Rebeca ressuscitou então. Mais idéias nasceram… e, melhor, vontade de desenhá-las! Ora viva!
…
bom, foi só pra registrar isso mesmo. à o processo de criação do Rebecando que me encanta, ele é fácil demais, só precisa de umas inconformidades, que é o que não falta.
DaÃ… está tudo devidamente listado no arquivo “textos digitados” que guardo na minha pasta Rebecando aqui no computador. O problema das tirinhas é que, depois do texto feito, é preciso de sentar pra desenhar, um scanner pra escanear, um Photoshop pra photoshopar, e por fim, a publicação no blog.
Quanto mais difÃcil o processo, mais fácil fica desanimar no meio do jogo e colocar o relógio como desculpa, ele, sempre o bode expiatório.
à como diria a Rebeca: >_<