Então disquetes ainda eram meio difundidos, estávamos em 2005. Primeiro ano da faculdade, sem casa fixa, portanto sem gravador de CDs, e com muitos trabalhos pra fazer.
E naqueles tempos sem pen-drive, não sei qual das vozes na minha cabeça me aconselhou a que eu sempre andasse por aí, não com bloquinhos, mas com um disquete com o livro inteiro dentro da mochila.
Encantada pela modernidade da coisa, fiz isso. Não sei, não pergunte porquê eu simplesmente não o armazenei em um dos meus e-mails, porque muitas coisas na vida não podem ser explicadas.
A menina aqui simplesmente andava por aí com um disquete que continha alguns anos de trabalho, e um selo laranja escrito o nome do livro e a data de início.
O resto da história você deve ter sacado. Nada que Murphy não faça sem a ajuda de uma urgência, acompanhada de um esquecimento.
Já que computadores de laboratórios da faculdade ainda não contam com um alarme “EI, VOCÊ ESTÁ ESQUECENDO SEU CD, SUA LHAMA!”, sempre há o bom e velho “achados e perdidos” no canto, cheio de trabalhos perdidos para todo o sempre. Até hoje eu ainda passo lá, só pra aliviar minha consciência.
A verdade é que nunca mais o encontrei. Coloquei até anúncio no mural da faculdade, mas nada.
Fico pensando em quem foi que o encontrou. Se chegou a ler, se chegou a entender a importância daquilo. E podia dizer pelo menos se gostou, o maldito. Me encaminhar uma resenha anônima, qualquer coisa que fosse.
Sei que hoje, em algum lugar do Paquistão ou Coréia Comunista, as 15 primeiras páginas de uma versão antiga do meu livro devem constar no topo dos mais vendidos…
4 Comments
fernando assis
nakela ehpoka, os disquetes perdidos ficavam em uma caixinha no laboratorio, e as pessoas alugavam para transferir os trabalhos da jurema de um lugar a outro… =]
Sr. Anônimo
Prezada Srta. Ni/Francine,
Confesso que encontrei seu disquete. Tinha que gravar umas imagens para a FERPP e foi uma salvação descobrir que alguem tinha esquecido um disquete no proprio computador que meu grupo estava usando.
Todo o grupo começou a ler o início do seu livro. Devo dizer que todos estavam gostando, mas a pressa impediu-os de continuar. Levei pra casa o disquete, afinal era eu quem iria usar aquelas imagens, e na sexta-feira á noite li todo o rascunho do seu livro. Eu não sabia quem era você – e juro que não vi o cartaz no mural! Qual mural??
Infelizmente não tenho mais o disquete…não sei se acabei jogando-o fora, ou se ele está perdido nas minhas coisas… Mas por favor publique KeinNull, vou ser a primeira da fila para pedir o autógrafo!
E eu quero saber o que acontece depois!!!
Colegiado Lei de Murphy S/A
Ilustríssima Senhora,
Pedimos suas gentis desculpas pelo transtorno causado. Há, entretanto, que considerar que faz parte de nosso trabalho provocar o caos no universo e tornar a vida mais emocionante.
Reclamações favor ligar para nossa ouvidoria
31 8451 8538
mari tait
eu carrego um cd no meio do caderno… mas nao tem começo d livro gravado nele, só trabalhos.
Viu? viu? viu? o anonimo t falou do livro!!!
E sem o pessoal da Lei de Murphy a vida n ia ter tanta graça huahuaha
:*