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o Harry Potter é um chato.

olha, eu nem queria dizer isso, parece até dor de cotovelo, só porque a J.K. Rowling está multibilionária e eu não. Mas lendo esse sétimo livro, agora, do alto e rasante dos meus 20 anos, reparei que a dona Joanne é uma picareta que sabe desenvolver tramas muito bem, mas que escreve mal.

direi isso em mais detalhes quando concluir esse último livro da sortuda inglesa, provavelmente no meu Pargarávio, mas por ora vamos filosofar sobre como, afinal, é difícil escrever bem, mas é ainda mais difícil criar um personagem carismático e identificável.

pois vamos ao título desse post, o Harry Potter é um chato. Com o desenrolar da trama, eu pego cada vez mais antipatia por ele. Afinal, apesar de ser famosíssimo e o protagonista de uma série divertida (da qual sou fã desde, sei lá, uns 13 anos), ele como personagem é insosso e chato pra caramba. Eu reparei que a personalidade dele é nula. Enquanto a Hermione é a menina inteligente e o Rony é o bruto com coração, o Harry Potter foi inteiramente baseado na importância histórica dele no Mundo Bruxo e nos episódios trágicos de sua vida e sua personalidade mesmo foi esquecida. Ponto, acabou.

a única coisa que sei dizer a respeito é que ele é uma menininha de 12 anos irritadinha. As falas dele não têm vida, não expressam qualquer outra coisa. E isso é esquisitíssimo, já que são 7 livros e todos narrados a partir da visão dele. Era pra conhecermos o moço e vivermos sofregamente tudo com ele, mas o máximo que passamos junto com o garoto é sentirmos dores cada vez mais intensas nas cicatrizes e nas entranhas. E, pior, apesar de toda confusão mental até compreensível, seus momentos de raiva são tão constantes e repetitivos que parece que a intenção é justamente que antipatizemos com o chato da cicatriz.

eu sinto esse problema muito forte na hora de escrever: desenvolver personagens é sinônimo de pânico constante. Fora a Rebeca, de quem eu já falei, que é uma versão já pronta de mim, quando preciso criar personalidades críveis pra novos personagens tenho vontade de largar tudo e sair correndo.

e nem é só isso: dá pra fazer aquelas fichas mágicas que os especialistas indicam, com traços, gostos e preferências dos personagens de seu livro, isso facilita sim… mas experimente transmiti-las para os seus diálogos sem parecer forçação de barra. É trabalho de doido.

depois de muitas tentativas frustradas e personagens-Harry Potter cujas falas não tinham personalidade alguma, podendo sair deles ou de coadjuvantes quaisquer, me decidi por um novo método: baseio meus filhotes em pessoas que conheço, ou tipos de pessoas que conheço, e, no caso de protagonistas, com quem eu tenha características em comum.

ainda assim, é estranho, meu protagonista ainda está falando umas coisas aparentemente tão sem rosto que já estou ficando preocupada.

se ele sentir a cabeça latejar, aí aviso, porque vai ser caso de polícia.

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em busca do disquete perdido.

Então disquetes ainda eram meio difundidos, estávamos em 2005. Primeiro ano da faculdade, sem casa fixa, portanto sem gravador de CDs, e com muitos trabalhos pra fazer.

E naqueles tempos sem pen-drive, não sei qual das vozes na minha cabeça me aconselhou a que eu sempre andasse por aí, não com bloquinhos, mas com um disquete com o livro inteiro dentro da mochila.

Encantada pela modernidade da coisa, fiz isso. Não sei, não pergunte porquê eu simplesmente não o armazenei em um dos meus e-mails, porque muitas coisas na vida não podem ser explicadas.

A menina aqui simplesmente andava por aí com um disquete que continha alguns anos de trabalho, e um selo laranja escrito o nome do livro e a data de início.

O resto da história você deve ter sacado. Nada que Murphy não faça sem a ajuda de uma urgência, acompanhada de um esquecimento.

Já que computadores de laboratórios da faculdade ainda não contam com um alarme “EI, VOCÊ ESTÁ ESQUECENDO SEU CD, SUA LHAMA!”, sempre há o bom e velho “achados e perdidos” no canto, cheio de trabalhos perdidos para todo o sempre. Até hoje eu ainda passo lá, só pra aliviar minha consciência.

A verdade é que nunca mais o encontrei. Coloquei até anúncio no mural da faculdade, mas nada.

Fico pensando em quem foi que o encontrou. Se chegou a ler, se chegou a entender a importância daquilo. E podia dizer pelo menos se gostou, o maldito. Me encaminhar uma resenha anônima, qualquer coisa que fosse.

Sei que hoje, em algum lugar do Paquistão ou Coréia Comunista, as 15 primeiras páginas de uma versão antiga do meu livro devem constar no topo dos mais vendidos…

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pensando demais.

das 8h às 11h pensando em idéias pra peças criativas de um trabalho relativamente chato da faculdade. das 13h às 20h pensando em idéias no estágio. das 21h às (Deus sabe quando) pensando no trabalho da faculdade novamente.

fora as outras necessidades criativas constantes que ficam circulando nesse meio tempo. [por exemplo, esse post].

My brain hurts. Nem tem mais água no poço. Socorro! Precisarei alimentar minhas crianças com isso algum dia.

 

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portfolio ou portifólio

Se é inglês é portfolio, deve ser assim mesmo. O portifólio é aportuguesado, então façamos como quisermos.

Ninguém sabe como é, na realidade. E pra mim a confusão está em todos os níveis do benquisto portafólios: vejo muita gente se preocupando com regras e como montar um portifólio. É esquisito. As pessoas atrasam a procura por empregos porque “o portifólio não está pronto”, porque “falta isso ou aquilo no meu portifólio”. Não sou nada entendida nesses assuntos, mas acho estranho tanta obsessão.

Eu nunca parei pra montar um portifólio, fui fazendo coisas por livre e espontânea vontade e quando reparei, tinha coisas pra apresentar ao mundo.

[nada essencialmente publicitário, é verdade, e aí talvez resida o problema pra alguém que faz Publicidade.]

Eu não sou focada em nada, portanto coloco no meu currículo todas as coisas online que tenho, desde esse blog até vídeos e minha lojinha. E não cheguei a passar por maus bocados por causa disso.

Estaria eu super adiantada ou super por fora? Se algum dia eu sair em busca de algo em Redação ou Cinema estou muito enrolada? Ou o futuro reside aqui? Quem viver verá.

Peço vossas opiniões.

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minha musa inspiradora é uma mulher da vida parte 2.

ao pensar em escrever uma história, uma que tenha personagens, uma que tenha seres viventes, a não ser que você seja o despontuado José Saramago, vai ter que dar um nome pros seus nenéns.

Sim, seus nenéns, porque seus personagens são seus filhos. Ou netos, já que se as criações são seus filhotes, os personagens nelas contidos são os filhos dos seus filhos. Enfim.

Quando comecei a escrever meu livro, fiz um brainstorm entre eu e eu mesma e decidimos os nomes dos protagonistas. Sem explicação lógica, querendo nomes sonoros e diferentes, escolhi Sandro e Manfredo.

Até aí quem imaginará o inusitado, ora, ninguém. Manfredo é um nome esquisitíssimo e já foi descotado faz tempo (parece Manfred Mann e ninguém vai querer lembrar da trilha do Meu Primeiro Amor lendo meu livro).

O inusitado da coisa tá aqui: em um cantinho da página dos rascunhos iniciais anotei que os apelidos dos personagens seriam, respectivamente, Sam e Fredo.

[pausa dramática]

você me vaia, atira tomates em mim, me chama de chata, boba e feia, mas só depois de saber que eu não tinha lido O Senhor dos Anéis e muito menos visto os filmes, que sequer tinham sido lançados na época. Não fazia idéia do que eram hobbits e seus respectivos nomes nunca me tinham sido apresentados.

Pode imaginar o susto que levei ao perceber que Tolkien, há muitos anos atrás, teve a feliz idéia de nomear seus hobbits de Sam e Frodo?

Encarei como um sinal, ora sim senhores. Afinal, também se trata de uma trilogia de fantasia. Medo.

PS: agora o Sandro continua Sandro, apenas Sandro. E o Manfredo, esse virou Pedro.

Fredo… opa, Frodo e Sam.

Sam e Fredo. Digo, Frodo.

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minha musa inspiradora é uma mulher da vida.

às vezes você acha que uma idéia é genial até descobrir que muitas outras pessoas pensaram exatamente a mesma coisa sobre exatamente a mesma coisa.

por exemplo, esse tão recente e de conceito tão (até ontem) criativo, blog. Em menos de um mês de existência desses palitos já consegui encontrar dois irmãos semelhantes, luminosos, e não muito distantes de mim: o Serendipidade e o Estalo.

e hoje eu aprendi que: repertório e lapidação de idéias são  amigos, não comida.

Paciência. Continuo gostando dos meus palitos, mesmo que eles não sejam assim tão únicos no mundo dos fósforos.

…às vezes, no entanto, você é afrontado com casos muito piores, de pura, absurda e amedrontadora coincidência.

TO BE CONTINUED…

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antropologia funcional.

Percebi umas coisinhas dias desses.

Que a rotina, sim, trava fácil fácil a imaginação e sua prima, a inspiração.

Que sair da rotina pra fazer coisas inusitadas em lugares novos é bom, senhores.

Mas o que mais funciona pra mim, pelo menos, é andar nos lugares de sempre, só que com pessoas diferentes. Elas sempre surgem com questionamentos e pontos de vista diferentes sobre a mesma coisa.

E eles, ou as combinações dentre eles, ou a combinação deles com seus paradigmas, sempre acabam em conclusões engraçadas. Reparaí.

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tédio criativo.

Um amigo gênio meu certa vez me disse, parafraseando um dos criadores do South Park, que criar é a melhor alternativa pacífica pra seres problemáticos como nós. Afinal, tem dias que você chega no seu limite: ou pega uma arma e faz uma chacina, ou pega uma caneta e um papel e canaliza esse sentimento de outra maneira.

Rebecando é protesto. É meu jeito de não sair por aí atirando em tudo e todos. A Rebeca e seus quadrinhos saíram da minha cabeça de uma maneira muito, muito estranha. Foi fácil demais. A imagem dela tava pronta, e ela é tão autobiográfica que até dá medo. Parece que é coisa doida, parece que é coisa que baixa em mim, de repente as idéias vão fluindo e as tirinhas vão aparecendo. Não preciso pensar. Talvez, se pensasse, a qualidade das piadas fosse muito maior. Mas não funcionaria tão bem terapeuticamente falando.

Foi simples: em 2005 eu me via revoltada e inconformada com tanta coisa na faculdade que percebi que se eu transformasse tudo aquilo em posts, ia virar uma blogueira chata, eterna, cansativa e mal amada. Daí, depois de muitos Bill Wattersons e Fernandos Gonsales, achei que transformar revoltas em piadinhas de 3 quadrinhos é a melhor terapia já criada.

Daí, minhas meninas andaram paradas por quase 1 ano. Não que não tenham aparecido milhões de motivos, mas parece que eles resolveram ficar incubados.

Hoje, então, me meti em uma situação fantástica: 4 horas em um lugar estranho sem nada pra fazer, um momento de 4 horas que me fez sentir tão Rebeca, sem um livro pra ler, sem uma janela pra admirar a chuva.

Mas, na mesa defronte, sulfites e canetas.

E, na minha cabeça acima, inconformações várias.

Comecei a rabiscar. A Rebeca ressuscitou então. Mais idéias nasceram… e, melhor, vontade de desenhá-las! Ora viva!

bom, foi só pra registrar isso mesmo. É o processo de criação do Rebecando que me encanta, ele é fácil demais, só precisa de umas inconformidades, que é o que não falta.

Daí… está tudo devidamente listado no arquivo “textos digitados” que guardo na minha pasta Rebecando aqui no computador. O problema das tirinhas é que, depois do texto feito, é preciso de sentar pra desenhar, um scanner pra escanear, um Photoshop pra photoshopar, e por fim, a publicação no blog.

Quanto mais difícil o processo, mais fácil fica desanimar no meio do jogo e colocar o relógio como desculpa, ele, sempre o bode expiatório.

É como diria a Rebeca: >_<

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