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Uma pequena ideia pode ser aquela que muda o mundo

Pode ser ou, de fato, é. No meu modo de ver, pelo menos.

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Gosto dessa campanha da IBM porque:

– Ela trabalha com pequenas ideias em busca de um mundo mais bem sacado.

– Ela busca novas ideias na melhor fonte de novas ideias do planeta: crianças.*

– Como pedestre incurável, sinto falta de coisas mais inteligentes e menos violentas para melhorar as relações no trânsito.

Assista ao vídeo:

 

Boa semana pra nós!

 

 

*ao menos aquelas que ainda não têm vergonha de suas próprias ideias.

 

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Há lugares no mundo onde as pessoas não sonham com unicórnios a jato

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Parece letra do Raul ou da Tropicália, ou mesmo nome de livro do Oliver Sacks, mas essa é a primeira frase de um dos meus livros favoritos. Favorito por causa do texto, do tema, da ilustração, ou pelo fato de ficar disponível na internet, de graça. E pela história por trás da história, que vi neste vídeo com o depoimento do autor e pai Dallas Clayton. Um aquecimento (de coração) para o dia dos pais.

Veja o vídeo:

Mas, acima de tudo, leia o livro, que se você der sorte (ou azar, porque em inglês fica mais bonitinho) vai abrir magicamente em português na sua máquina (português de Portugal, com alguns trechos em espanhol, mas dá pra pegar o espírito). É só clicar na imagem abaixo:

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E clicando aqui você encontra uma entrevista (em inglês) com o moço. Separei alguns dos melhores trechos em português aqui:

“Honestamente, não tenho nada contra televisão, (…) acho que só não sou a audiência certa pra ela. Gosto mais de criar que de consumir. Gosto mais de participar que ser espectador.

Acho que consumir tem muita importância em uma fase da vida. Você consome o máximo possível quando é mais novo: ideias, histórias, fatos, lições, habilidades – até que acaba chegando em um momento da vida em que ter consumido tudo isso permite que você participe da conversa, devolva, faça a sua contribuição e, quem sabe, faça com que as coisas evoluam.”

E esse trecho aqui? Não concordo completamente, mas que tem um ótimo ponto que nunca tinha pensado antes, tem:

“Se você pode [contar o que quer] em 3 palavras, em vez de 300 ou 3.000, apoio totalmente. Sobra mais tempo pra explorar o mundo e compartilhar ideias. Mais tempo para aprender a surfar e comer frutas das árvores.”

E um pouco sobre o que já falamos aqui anteriormente:

“(O que me anima e me move é) ter uma ideia que você considera importante, e aí sim escolher o público e a mídia em que essa ideia será transmitida. É isso o que faço, não o contrário, tipo ‘você deve escrever um livro para XYZ dados demográficos’. Só assim, quando o público muda ou a mídia se torna obsoleta e é substituída por outra que você nem imaginava possível, você continua com uma boa ideia como o centro do seu trabalho, e é ela que vai sempre sobreviver ao tempo”.

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A FONTE

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Quando eu era jovem, mais ou menos quando andava com minha então melhor amiga, de meias três quartos listradas me achando muito maluquinha, tínhamos uma piada interna recorrente: falávamos da FONTE. A FONTE era o lugar de onde vinham as coisas que não sabíamos de onde vinham. De onde vinham as gírias, as piadas da moda, as febres que invadiam o colégio, em suma, as ideias. Lembrei dessa nossa teoria assistindo a essa conversa do Austin Kleon, que fala desse conceito (explorado à exaustão por ele, mas sempre de uma maneira bacana). O que ele fez foi um exercício divertido que acho que todo mundo deveria fazer, uma espécie de árvore genealógica de uma ideia.

Você vê neste vídeo o caminho que ele traçou baseado em sua técnica de poesia (que é, basicamente, “escrever” textos apagando frases de um jornal). Essa técnica lembra a de um cara X, que se inspirou na técnica de outro cara Y, que criava se baseando na ideia de outro, e assim foi até chegar nos idos de 1700. Nessa busca pela FONTE, encontrou gerações e gerações de copiadores que conseguiram fazer artes geniais misturando uma ideia com outra. E é assim que funciona a criatividade, mesmo em nosso cérebro: nada mais que uma colagem de referências. Referências que dão cria! 😀

No fim, ainda não sei qual é essa FONTE (ou sei, mas não vou contar), mas essa frase do Bob Dylan citada no vídeo resume muito de tudo. Inclusive do mundo das ideias: “Se você rouba um pouco, te colocam na cadeia. Se você rouba muito, te transformam em um rei.”

Veja o vídeo:

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Como criar a história perfeita, em sete passos

Nem sempre é bom escrever usando fórmulas, mas sempre é bom escrever dando uma olhadinha nessas coisas de vez em quando, pra ver se tem alguma coisa desarredondada na coisa toda. Se arredondar for melhorar a experiência do leitor, não vejo porquê não dar uma arrumadinha. Eu mesma tinha uma dúzia de personagens sem motivação no meu livro. Só recentemente é que percebi como é legal dar uma razão de ser e um crescimentozinho pra quase todos os personagens no decorrer da história. Afinal, não é só o protagonista que merece passar por uma transformação na vida. : )

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Retirado daqui

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O palhaço egoísta

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Nunca fiz curso de palhaço porque não me interesso (não me interesso pra minha vida, para o que eu acredito sobre o ser palhaço, mas você é quem sabe a respeito do seu nariz), então já comecemos trabalhando com essa informação. Mas sou palhaça há cerca de 8 anos, em hospitais. Sei a diferença entre o Bozo e o Slava, e sei do desconhecimento do público a respeito do tipo mais, digamos, intelectualizado do palhaço. Ou clown, que seja.

Vai ver meu problema é não curtir palhaço intelectualizado. É que pra mim palhaço é sensibilidade e intuição, e pra mim a partir do momento em que intelectualizamos a intuição o palhaço morreu. Então tiro o nariz, tiro mesmo (porque pra mim os melhores palhaços não precisam se esconder por trás da máscara para encontrar seu verdadeiro eu universal), para falar sobre uma coisa que me deixou chateada quando fui assistir ao Slava sexta feira: o público intelectual.

O palhaço russo se apresentou em um teatro de shopping, e teatro de shopping tem um público de shopping, tem as pessoas que vão lá achando que palhaço russo é palhaço do Vostok. Tem sim. Paciência. Vi gente conversando entediada, gente tirando fotos com flash totalmente alheias à postura esperada em um espetáculo daquele e tinha uma moça na minha frente me fazendo o favor de checar o Facebook no celular de cinco em cinco minutos. Mas nada disso me incomodou tanto quanto o grupinho que sentou atrás de mim.

Era um grupinho que mandava as pessoas se calarem a cada tossida alta. E pior: mandava AS CRIANÇAS se calarem. Eles estavam tão preocupados consigo mesmos, em mostrar para o público ao redor que aquilo não era um show do Patati Patatá, que não devem nem ter entrado na magia do gênio que estava no palco. No intervalo, eles não pararam de falar sobre esse publicozinho de shopping. Fiquei pensando se elas não seriam as mesmas que reclamam no Facebook que o público brasileiro deveria ter mais acesso à cultura. Porque se mantivermos o Slava restrito à Praça Roosevelt, a boa cultura vai continuar assim, coisa da elite de palhaços que só olha para o seu próprio nariz. Se estamos dispostos a deixar “o público de shopping” mais inteligente, vamos ter que aguentar um pouco de foto com flash nos espetáculos, sim. Faz parte da curva de aprendizado. Deles e nossa.

Mas pra mim o que mais marcou foi mesmo ver as pessoas mandando AS CRIANÇAS se calarem. Repito isso porque é o que me deixa triste. Se palhaço é espontaneidade, é rir de seu próprio ridículo, pra mim o cúmulo da ironia é se incomodar ao ver crianças se divertindo e “errando”, sendo tocadas pela espontaneidade do que está acontecendo lá na frente. Fazer uma criança rir alto ou falar alguma coisa fora do script pra mim é sinal de que o palhaço funcionou. E funcionou bem.

E como palhaços ou como pessoas à paisana, ainda acredito que elas é quem têm que nos ensinar a nos comportar na vida. E não o contrário.

Dito isso, beijo no nariz.

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Tão morrendo de cada coisa

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Eu tô doidona. Doidona de raiva, mesmo. Tudo está me irritando, um pombo que ande um pouco mais torto na calçada já merece meu ódio mortal. Recorri à terapia (mas aí só tive dinheiro pra uma sessão), à homeopatia, e quase à corrente de oração da madrugada. Mas sei lá. Acho que depois de ter conseguido começar a (não) gastar dinheiro seguindo planilhas e não meus instintos mais primitivos me senti mais no controle da minha situação, menos à mercê das surpresas do tipo NO CHEQUE ESPECIAL DIA 15, MAS JÁ, COMO ISSO ACONTECEU???? (hoje, a diferença é que entro no cheque especial, mas pelo menos já sei que vou entrar, enfim essa é outra história), e comecei a melhorar um pouco.

Bem pouco.

Já tenho menos vontade de xingar alto, pelo menos.

O caso é que depois de estar (QUASE) curada desse estresse em níveis terríveis comecei a reparar o quanto as pessoas se desesperam com nada nessa vida civilizada. Parece que, basta acontecer alguma coisinha fora do script, todo mundo vai morrer. As causas mortis hoje são das mais estranhas. Tipo

Morte por pedestre na faixa.  O sinal abriu, o pedestre já estava atravessando, e nada pode fazer agora que está no meio da rua. Errou, calculou errado, acontece. Aí o motorista acha que vai ser atropelado ao contrário, porque não é possível, acha que vai morrer, que AH DEUS JÁ ERA ACABÔ e buzina em um verdadeiro furor.

Morte por incompetência alheia.  Noventa e nove por cento dos colaboradores do mundo têm falhas. Desses, uns 820% erram toda hora e são incompetentes, sim. E provavelmente esses são os que ganham mais que você. Aí em vez de sorrir porque pelo menos você não é desses e vai pro céu mais rápido dá aquela dor no peito aquela fofocada no almoço e aquela vontade de aaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAG e UUUDGHSHG

Morte por trânsito parado. Se você não acredita que estando dentro de um carro no trânsito você é o trânsito, então você pode acreditar que o trânsito é um grande monstro da antiguidade que rege a Terra e tem grandes dentes afiados prontos para devorar sua alma e arrancar sua cabeça fora. E que sorte. A buzina é sua única defesa contra ele.

Morte por 5 minutos. Essa é a morte que tem tido mais saída. O caixa eletrônico travou, o vizinho está usando a máquina de lavar roupa e esqueceu a roupa ali, o elevador passou reto e te desprezou. O tempo perdido foi cerca de 5 minutos. OS CINCO MINUTOS MAIS IMPORTANTES DA SUA VIDA. Quanto tempo você costuma ficar no Facebook todo dia, mesmo? Não importa, foi letal.

Morte por telefone não atendido. Vivemos em plena era da liberdade e da comunicação. COMO AS PESSOAS PODEM DEIXAR DE ATENDER SEUS TELEFONES? O som de caixa postal bate em seu cérebro e causa uma síncope mortal, pum pof caiu duro no chão.

Morte por adolescentes chatos. Eles são pequenos mas andam em bando. Eles falam alto, têm opiniões diferentes das suas, são desengonçados e podem até esbarrar em você de maneira tal que seu cerebelo vai cair quicando no chão e te levar a nocaute, sem querer.

Morte por comentário na internet. Eles estão aí faz tempo. Mas antes comentavam baixinho, em casa, almoçando, e suas ideias não atrapalhavam seu dia a dia. Agora que o Facebook deu diploma de crítico pra todo mundo, a peste bubônica dos comentários babônicos VAI PEGAR VOCÊ. Se você não se vacinar, é claro.

Sei lá, gente. Sempre aprendi que cada 5 minutos ganhos no grito são 10 minutos a menos de vida. Mas sei também que preciso lembrar disso ultimamente. 🙁

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Onde estão os heróis?

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Em um mundo em que Michael Cera encerra em seus personagens todo o zeitgeist de uma geração, por onde andam os heróis que sabiam como agir diante de uma situação? Sinto que não tenho nada a acrescentar a esse texto do Devin do Bad Ass Digest, escrito sem mimimi, e com muito conteúdo novo pra fazer com que nós, criadores de personagens, pensemos bastante no que estamos fazendo. O original, em inglês, está aqui.

Traduzi em português, mas recomendo a leitura em inglês porque eu sou assim, traduzo do meu jeito e mudo até referência bíblica pra outra que prefiro mais (hehe):

“Nós tínhamos heróis. Houve um tempo em que tínhamos personagens de filmes que eram fortes e precisos, que entravam e saíam da história com essas qualidades intactas. Esses heróis tinham códigos morais, que eram testados pelas circunstâncias, mas que nunca se perdiam. Esses heróis eram personagens feitos para nos inspirar. Eram eles que nós queríamos ser quando crescer.

Nós tínhamos heróis. Agora temos personagens cheios de pontos fracos, que andam pelo perigo de um jeito patético (The Lone Ranger), personagens que estão “começando” e por isso ainda não sacaram como ser verdadeiros super heróis (Man of Steel), personagens que são tão imaturos e babacas que você chega a torcer contra eles (Star Trek Into Darkness). Não acho que seja mera coincidência que 3 dos maiores filmes hoje em cartaz sejam releituras de antigos personagens, mas uma releitura que destrói a figura original.

Parece a ressaca dos anos 70, quando alguns heróis foram desconstruídos por grandes cineastas. Estes estavam reagindo a uma Hollywood que tinha pegado heróis inspiradores e transformado cada um deles em seres travados, quase robozinhos que podiam ser plugados em qualquer filme. Eles estavam reagindo a um mundo que tinha ficado louco ao seu redor, um mundo onde não se via lugar para heróis. Eles arrastaram a violência justa dos heróis ocidentais para a violência caótica do Vietnã. E aplicaram as lições de moral do fim dos anos 60 aos gêneros que estavam congelados no tempo.

Uma década depois, foram os super-heróis que entraram no jogo da desconstrução.  Alan Moore quase resolveu a parada sozinho, primeiro com seu Miracleman e depois com Watchmen. Assim como a dos cineastas dos anos 70, a missão de Moore era examinar personagens que já eram parte de nosso subconsciente, e fazer com que a gente questionasse temas como o Super Homem – um ser mítico todo poderoso fazendo sua própria justiça – temas com os quais estávamos estranhamente confortáveis.

Só que os novos filmes de heróis não seguem esta tradição. O Lone Ranger do Gore Verbinksi não examina o significado ou o papel da vigilância na sociedade. O Star Trek do J.J. Abrams não questiona de verdade a diplomacia armada ou essa ideia de governo continuar existindo no nosso futuro. E Man of Steel está tão ocupado criando um novo Super Homem descolado que não sobra tempo pra sequer nos lembrarmos do Super Homem original. O que eles emprestaram da onda de desconstrução do passado foi o desejo de tirar as coisas da frente e chegar ao centro do personagem. Mas em vez de criar essas situações para iluminar nossas mentes, esses filmes as criam pela pior razão possível: fazer com que as pessoas se identifiquem com o personagem.

Criar personagens identificáveis parece uma boa ideia, e em vários níveis até o é. Mas o problema com esses 3 personagens que estão no cinema nessa estação – O Cavaleiro Solitário, Super Homem e Capitão Kirk – é que eles não foram criados para que a gente se identificasse com eles, pra começo de conversa. Eles eram personagens construídos para se tornar ícones, para serem admirados. Dois destes personagens foram claramente criados para se tornar modelos para as crianças, o tipo de gente em quem seus filhos poderiam se inspirar. Força, honra, integridade, bondade – esses eram os traços principais do Super Homem e do Cavaleiro Solitário, não dúvida, rabugice, babaquice ou miopia. O Capitão Kirk já era um personagem mais humano, mas ainda assim era um ícone legal para um certo tipo de homem. Você chegaria numa mulher em um bar usando Kirk como seu guia – você não sentaria num bar chorando, usando como exemplo aquela vez em que Kirk fez isso porque estava todo magoadinho.

Por que isso continua acontecendo? Acho que é um pouco por culpa da preguiça da indústria do cinema; a ideia de que o Super Homem é um personagem bobo é repetida tão frequentemente que já foi aceita como fato.  Levar a sério um bom moço quadrado e certinho é muito mais difícil que tirar um sarro dele e esvaziar sua personalidade. Me pergunto se esse movimento não é uma consequência do zeitgeist anti-elite que nos assaltou; enquanto nos anos 50 os heróis eram cientistas e experts, hoje eles são manés que caíram em uma situação sem querer ou sem ter um mínimo conhecimento de causa. O novo Cavaleiro Solitário é um advogado sem espaço com um revólver na mão, o novo Super Homem é um cara que passa a vida escondendo o que ele tem de melhor e o novo Kirk é um punk sem noção que demora dois filmes para chegar em uma profundidade de personagem que continua rasa. Nós vivemos a Era do Amador, quando pessoas sem conhecimento de causa se sentem no direito de gritar sobre o aquecimento global, e esse tipo de atitude é o que elas querem ver nos seus heróis. Elas não querem ir ao cinema, engolir um refrigerante gigante e uma pipoca com manteiga extra, e ser lembradas de que podem fazer melhor. Elas querem ter certeza de que, se a oportunidade surgir, elas vão se dar bem, igualzinho o Super Homem.

Existe espaço para heróis identificáveis. A Marvel construiu sua fama com personagens que as crianças conseguiam entender, evitando cair no estereótipo dos heróis inquebráveis da DC. É por isso que é tão estranho ver que um dos heróis mais heróis que passou pelo cinema ultimamente tenha sido um personagem da Marvel. Capitão América: The First Avenger apresenta um herói que tem a mesma força e disciplina moral como Steve Rogers que ele tem como o Capitão América. Ele é um bom moço desde o início do filme, e o roteiro não conta como ele teve que encontrar a si mesmo ou descobrir seu heroísmo ou ser lapidado – o roteiro conta a história de um cara que usou suas próprias qualidades e se manteve firme e fez a coisa certa.

Isso é poderoso. É especialmente poderoso hoje, em um mundo onde as escalas de cinza morais fazem as escalas de cinza dos anos 60 parecerem completamente preto e brancas. Nós já vemos heróis com pontos fracos demais na vida real. Não precisamos mais que nossos heróis sejam nivelados à nossa realidade. Não precisamos de heróis que nos façam sentir mais seguros em relação a nossas falhas. Precisamos de heróis que se mantenham de pé e abram caminho, heróis que nos inspirem a ser pessoas melhores. Precisamos de heróis que já passaram pela ponte e que nos chamem para se juntar a eles. Eles podem ter seu momento Éden ou Monte das Oliveiras, eles podem ser testados e colocados sob pressão, mas precisam ser melhores do que nós. Nossos heróis já passaram tempo suficiente na lama com a gente. Nós precisamos  levantar nossas cabeças, mirar os olhos no sol e segui-los até a grandeza.”

Obrigada Julio, meu amor, por me mandar esse texto, obrigada James pela ajuda na tradução – e Carol, dedico esse texto pra você. 🙂

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“Existem dois tipos de preguiça: a oriental e a ocidental. A preguiça oriental é a preguiça praticada na Índia. É uma preguiça que envolve, basicamente, passar o dia todo no sol, fazendo nada, evitando qualquer tipo de trabalho. Bebendo chá, ouvindo música no rádio e conversando com amigos. Já a preguiça ocidental é um pouco diferente. Esta preguiça se traduz em encher a vida de atividades. Tanta, que não sobra tempo para que percebamos algumas coisas importantes, que precisamos confrontar. Esse tipo de preguiça é uma consequência de nossa dificuldade em aplicar nossa energia para as coisas certas”.

– Sogyal Rinpiche

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Mirem-se no clipe de papel

O clipe de papel foi inventado pelo norueguês Johann Vaaler e registrado na Alemanha, em 1900. Sua função: de um jeito bonito, prático, simples, sem crise: prender papéis. Ele pode ser colorido, de vez em quando até arriscam fazer em outros formatos, mas nosso bom amigo clipe de papel continua assim, todo clipe de papel.

Graças dou a Deus pelo clipe de papel ter sido inventado em 1900 por um norueguês. Se o clipe de papel fosse inventado hoje nos Estados Unidos, provavelmente sofreria atualizações semanais. Ele não só prenderia papéis, ele engajaria pessoas. Cada novo papel anexado viraria um like no Facebook. Umas atualizações depois, o clipe de papel faria uma análise do papel que estava prendendo e já sugeriria o que você queria fazer com ele: jogar no lixo? Guardar na gaveta do escritório? Entregar para o chefe? Daí 5 anos, ele agregaria funções de geolocalização e personalização. Ninguém nunca mais perderia um clipe de papel, você poderia ter um clipe de papel com o formato do seu namorado. Bastava só ler as instruções corretamente.

Ele não conseguiria mais prender acima de 5 folhas, ele rasgaria as páginas quando tentassem tirá-lo, mas tudo bem. Ele conseguiria pedir desculpas com uma piadinha personalizada que ia ser uma gracinha.

Elaborar é bom, mas queria muito que a gente não perdesse de vista que quanto mais simples a ideia, mas sensacional ela é. Alguém avisa isso pro Google, vai.

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Estou aqui para causar desconforto em vocês

Ontem tive uma aula batuta na pós. Os conceitos passados lá foram legais, a metodologia legal, mas o tanto de frases de efeito lançadas pelo professor me deixaram num bode do tamanho do mundo. É aquela coisa de dizer que não sabe todas as verdades do universo e responder perguntas óbvias com um NÃO SEI, seguido de uma pausa de efeito (mas agir como se fosse o guru do universo), ou de repetir a cada minuto que sua aula é a aula mais inovadora de todas as aulas inovadoras que já inovaram as novidades do novo mundo. “Vocês vão estranhar bastante. Vão se assustar. Mas é assim que eu trabalho.” Ui, diferentão. Tira a roupa e dança conga no lustre então pra ver se assim eu assusto.

Acho que não tenho mais idade pra aplaudir professor que diz que uma coisa obviamente obsoleta ESTÁ MORTA e olhar em volta afetado, aguardando o desespero geral da classe. Ou pra cair no conto do esqueçam tudo o que vocês sabiam até agora. Aliás, acho que nunca tive idade, né, Rebeca?

Pra quem não é leitor de longa data, Rebeca era minha querida personagem dos tempos da faculdade, que viveu na época do apóio com acento e nos tempos em que eu não tinha vergonha de não ser brilhante nas ideias ou no Photoshop.

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PS: Rebeca volta nos Vingadores em Willifill.

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