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A arte é sua até sair da sua cabeça

Depois ela vai pro mundo e coitadinha. Nosso melhor quadro pode virar banheiro de cachorro e nosso pior texto pode virar tatuagem nas costas de um desconhecido.

Olha que bacana o que Hugh MacLeod, o autor desse manifesto obrigatório, tem a dizer sobre o assunto:

To me, the inte­res­ting thing about art is not the usual “Heroic, absinthe-soaked, vision quest lone indi­vi­dual archety­pal artist crap”, but how the art is USED by the per­son who has it han­ging on the wall. What’s it actually there for? Deco­ra­tion? Sho­wing off? A con­ver­sa­tion star­ter? An ice brea­ker? A way of telling a story? Something to brigh­ten up the room? A sym­bol of social sta­tus? An expres­sion of indi­vi­dual world­view? An expres­sion of emo­tion? A totem to remind one­self of something ins­pi­ra­tio­nal and/or impor­tant? Perhaps a bit of all these?

So I’m seeing two worlds collide here: The inter­nal, soli­tary part of making the art, and the exter­nal social part of how the piece of art is actually used. Art? Used? Is art actually allo­wed to be “used”? Would the Art Police allow that? Ins­tead of calling them “Patrons”, can we call art buyers “Users” ins­tead? Would you be offen­ded if I called you that? There’s no wrong answer…

 

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Um tratado sociológico sobre meias calças bicolores

Daí que eu tenho uma meia calça bicolor. Perna esquerda preta, perna direita branca. Por que? Porque acho legal, porque é bonita e, principalmente, POR QUE NÃO?

Abre parênteses.

(Por que não? é o nome de um fantasma engraçado que me acompanha desde sempre e que só percebeu que era estranho num dia em que foi parar na diretoria do colégio junto comigo. Basicamente, porque eu estava lendo embaixo de uma mesa da biblioteca e disse que só iria sair dali quando alguém me respondesse porque eu não deveria estar lá, enquanto não estivesse incomodando ou mordendo a canela de alguém. A resposta, depois de muito engasgo, foi “ora, porque não é um comportamento normal para um aluno”.

É aí que fico pensando em como se vai pouco longe quando você fica criando um comportamento que só vive em cima da sua mesa e não sai de lá. E nem olha embaixo porque tem medo, ou, muito pior, porque nem VÊ que a mesa tem uma parte de baixo. E aí fico pensando em como o Por que não? ajuda a gente a ser mais criativo e em como é difícil-porém-gostoso deixar ele correndo espontâneo no cérebro, abrindo espaço para que ele não nos deixe doido nem atropele nossos princípios e crenças no caminho.)

Meia-volta no assunto.

Taí. A verdade é que comprei essa meia calça com a sensação mais normal do mundo. E o que tem de tão diferente entre usar uma meia calça de duas cores ou uma de uma só cor? Será que não estamos acostumados a usar pares idênticos porque alguém, há sei lá quantos anos, definiu que pares de sapatos e meias devem ser idênticos, porque é mais fácil de produzir ou de ornar? Digo, não é nenhum mandamento moral escrito em tábuas de mármore, do tipo usareis meias idênticas e meias idênticas usareis, nem meio diferentes, nem meio iguais, mas idênticas, e sereis usadores de meias idênticas, e meias idênticas serão usadas sem que sejam diferentes para sempre amém.

Pelos céus, são só meias.

E só fui notar que essa meia calça não era considerada digna da sociedade quando usei-a pela primeira vez. Porque em qualquer lugar que se vai com ela, as pessoas OLHAM. E não contentes em olhar, elas APONTAM, RIEM, COMENTAM. Gente de bem, gente engravatada, em grupo, se sente na obrigação de comentar, e comenta alto, coisa boa e coisa ruim, como se meias-calças bicolores tapassem os ouvidos de quem as usasse. Acho engraçado como usar uma coisa simples com um viés diferente é suficiente para que as pessoas percam a noção das barreiras sociais e se sintam no direito de falar com você ou sobre você, assim, sem pudores. Na verdade eu acho isso delicioso, em certa instância. Porque é uma guerrilha ambulante. Sem precisar expor na bienal ou grafitar um prédio, com uma simples peça de roupa é possível tirar as pessoas de seus mundos de meias pálidas e despertá-las da rotina, nem que seja por um quarteirão. E eu, como palhaça e leonina, não só estou acostumada, como gosto de ter pessoas ao meu redor rindo de mim.

Opa, mas peraí.

E tem a segunda instância sobre as meias, e essa me fez matutar um pouco. Porque, ok, estamos falando de um par de meias-calças. Não é uma escolha assim tão pesada, qualquer coisa eu tiro e jogo fora, acabô a brincadeira. Mas ela representa uma coisa grande. Andando assim, de pernas cobertas, me senti exposta. Fiquei imaginando o que é você ser um gringo/um crossdresser/um punk tatuadíssimo/um louquinho/um religioso tradicional/uma prostituta/um maloqueiro no Cidade Jardim/uma patricinha na favela/a gordinha da escola/um insira sua própria peculiaridade particular aqui, vivendo de pernas bicolores todos os dias dessa vida.

Tem meia que a gente não usa, mas isso não devia nos dar o direito de apontar para uma perna bicolor e dar risada, sem  um olá amistoso ou ao menos uma pergunta de Por que?.

Será que é tudo medo de não saber responder um Por que não?

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Presente de escritor

Essa tarde acabei caindo na Shakespeare’s Den, uma lojinha virtual que é o paraíso de leitores inveterados, drama queens, nerds, artistas e geniozinhos bem-humorados. Lembrei de vocês, e pela primeira vez, resolvi dissecar o site vendo tudo o que eles oferecem de batuta. E se não fosse minha falta de grana meu autocontrole digno de uma jedi, estaria na rua, despejada, com uma mão na frente e outra atrás MAS CHEIA DE BUGIGANGAS INTELIGENTES E DIVERTIDAS ME FAZENDO COMPANHIA.

A seção Presentes para escritores é uma das mais supimpas, mas tem coisinhas legais espalhadas por todos os cantos e pra todo mundo.  Triei algumas das que mais gostei pra mostrar pra vocês:

Chicletes com insultos de peças do Shakespeare.



Um kit com pena e tinta para escrever como um autor da Idade Média.


Um kit Bibliotecário para você que ama emprestar livros (mas ama ainda mais os seus livros).


Post its de TO DOs e TO DONT’s que você não vai ter coragem de ignorar.



Um diário temático pra você escrever suas jornadas.

Barra energética do Einstein.

Tão divertido!!!!

Não, não ganhei um centavo pra fazer esse post. Pena. 

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De porque eu agradeço todos os dias por não ter tido acesso a webcam ou YouTube nos tempos idos de minha adolescência

(porque se aquele musical em que eu e minha melhor amiga da época cantávamos “O meu amor não é mais o meu amor” acapella usando seios postiços e que terminava com um duplo suicídio fosse ao ar, minha vida hoje possivelmente teria tomado outros rumos).

Ah, como é bom ter tido acesso ao YouTube depois de ter poder de autojulgamento. Ou quem sabe, eles é que estão certos. : ) Vai ver a gente tá aqui pra ser visualizado mesmo! Se joga na rede!

E, sim, tenho uma versão semelhante a essa acima, gravada com minha irmã, interpretando uma música do Fantasma da Ópera. Digitalizada. A um botão de distância do meu fim.

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Real Innovators Wanted

Quer escrever algo novo? Pare de destrinchar os grandes mestres. Vai ler rótulo de shampoo, de groselha, sei lá. Mas vai lá. Quer novas respostas? Então pare de perguntar as mesmas mofadas perguntas de sempre. E saia do paradoxo do inovador de mentirinha.

É um paralelo que fiz da vida-em-geral com essa apresentação, que fala de um problema enfrentado por quem trabalha com publicidade/design/inovação/e mais outras coisinhas: a dificuldade de fazer uma coisa realmente nova, por causa do medo do cliente/da mulher do cliente/da sociedade/do escuro.

É um slideshare de 2009 que continua atual, feito pelo querido Sollero, meu ex-chefe, de uma equipe da qual sinto muitas saudades. (:

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A onda agora é ler a pé

Estava indo a pé pro trabalho (um hábito que amo amo amo) e passei por essas duas moças provavelmente fazendo o mesmo. E lendo enquanto isso. Muito admirei a capacidade das meninas de viver histórias sem cair no buraco e precisava compartilhar isso com vocês. (:

Elas acharam foi uma estranhaporémbela saída pra colocar a leitura em dia. Sempre fico aflita, tentando encontrar o horário mais adequado pra minha rotina do momento. Que horários vocês costumam ler? Ultimamente ando lendo de manhã, assim que acordo. É uma delícia. Por incrível que pareça, é um jeito inteligente de acordar mais rápido.

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você é ________________

Você está lá no evento XIS, conheceu a pessoa nova, e conversinha vai, conversinha vem, aparece a pergunta O que você faz?

O que você responde?

Acho que é por isso que resolvi comprar o domínio www.olhaoqueeufaco.com.br. Porque lá reúno de fato muito do que eu faço, e fica mais fácil responder. Mas nem ele mostra tudo o que eu faço, não.

Olha esse cartão que a Kim Bost criou. É tão adaptável, tão tão:

Quando alguém me perguntar isso da próxima vez, vou responder: faço texto, faço bolo, faço bolha de sabão, faço sapateado, faço careta, faço xixi, faço feliz, faço piada, faço amigos, faço a festa, faço bem feito, faço oração, faço errado, faço desenho, faço filme, faço esforço, faço vozes, faço música, faço terapia, faço a dancinha da vitória, faço posts e não sei como terminar.

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você tem um novo e-mail na sua caixa de entrada – e um novo livro também

Estava meio com medo de compartilhar isso, ainda estou. Medo de cobranças, de cópias, mas que seja. (: Se esse blog foi feito pra compartilhar processos criativos, nada melhor que compartilhar um processo criativo desde o comecinho, né?

É que vou começar um novo livro. 

Opa, calma, o Willifill continua, firme e forte, mas uma ideia daquelas que vidram os olhos me assaltou dia desses no meio do horário de trabalho e as coisas estão pedindo pra que ele comece logo. E ele vai ser escrito à 4 mãos, com uma amiga fantástica que escreve muito muito bem.

Vou abrir aqui um pouquinho das conversas que levaram a essa decisão. Cortei várias coisas pra nos preservar, mas acho que é uma curiosidade divertida acompanhar isso aqui. É gostoso fuçar na correspondência dos outros, que eu sei!

E não repare as empolgações. Somos empolgadas como uma caneca de café fosforescente.

Fraaaan!
Acabei de ter uma ideia para aquele conto de ficção científica que você imaginou! 😀 Não sei se você gosta, então fica como sugestão perdida no ar.
Na verdade, foi só um flash de ideia. xxx
Podia funcionar como um xxx… não sei se seria um lugar específico, mas vamos supor que sim. As pessoas xxx
E aí pensei nesse carinha. Ele xxx E aí começa o jogo: o cara xxx
O que você acha? Me connnta!
Beijon!

xxx, eu adoreeeeeei! 😀
Gostei que vc criou um conflito/motivação realmente pras coisas. Eu estou levando a sério esse conto (talvez até demais), e estou lendo bastante sobre o assunto. Mas esse caminho me animou, porque é mais simples, sem aprofundar demais na história de porque/quando/onde/como as coisas estão xxx e as implicações sociais terríveis disso, que estavam assomando à minha mente. E minhas histórias favoritas são as que menos explicam as coisas!

Gostei! Vou ver se rascunho um começo pra gente começar a brincar. 😀

Ah! E fui na exposição do Clareada sábado. Super demais, que ideias encantadoras. É muito parecido com o que imagino pro meu livro. 🙂 Foi super inspirador.

ps: dei uma acalmada na minha crise de hoje de tarde (tava bem grave). Resolvi dar uma de Calvin e sair quase que literalmente correndo da agência às 18h em ponto (fazia um sol tão lindo!!!). aí coloquei minha melhor roupa, encontrei velhinhas casamenteiras na igreja (hahaha elas ficam querendo me apresentar os filhos delas :D) e estou aqui na Ofner perto de casa, escrevendo meu livro. Vou tentar adotar isso, de começar a escrever aqui. É tão divertido! 🙂 Tirando os headphones e o macbook, é tão Paris nos anos 20!

Eieiei! 😀

Ai, que bom! Tô empolgada aqui também, Fran! Aliás, empolgada é a minha atual definição pras coisas: comecei ontem a participar do NaNoWriMo, um projeto de escrever um romance de 50 mil palavras (!) em um mês (!!!!). Pois é! haha Não sei porque me meti nessa e sei que não vai sair algo de muita qualidade daí, mas fazia tanto tempo que eu não desenferrujava as “literarices” que pode ser um exercício útil, pelo menos agora. Sei que você não está nada destreinada e o projeto já tá no segundo dia, mas se você sentir vontade de participar, corre lá! http://nanowrimo.org

Acho que se bobear até podemos entrar nas implicações sociais terríveis e maléficas da xxx – aliás, acho super fundamental! 🙂 –, mas confesso que sou fã de explicar grandes terrores em coisinhas pequenininhas que dão aquele “estalo”. 😉

Mas maaanda bala quando puder, memo! o/

Ain, como foi o Clareada? Deve ter sido tão lindo! Dava para conversar com as meninas? A Marcellinha é uma fofura ambulante! Vou caçar fotos! =)
E Fraaaan, AMEI sua solução Calvin pro dia cinzento! Melhor solução de todas! É isso mesmo, menina. Ofner é amor e sentir novos ares também. Também comecei a fazer um pouquinho disso por aqui! 😀 Fiquei tão maluca no blog da Katie que comecei a fazer umas intervenções nas paredes branconas e chatas de casa. Agora tenho um monte de desenhos coloridos e uma máquina de bolhas no banheiro! hahaha vai ser uma sensação quando eu voltar pra casa! haha
Rotina é que nem piñata, no fim das contas: a única coisa que você pode quebrar e ganhar presentes por isso 😀
(Ok, hora de praticar metáforas novas também)
xxx
Bêêjo!

(5 MESES DEPOIS)

duas palavras:

ARQUEÓLOGOS VIRTUAIS!

mande mais palavras! 😀

Mais fácil, vou copiar um diálogo que tive com xxx

É xxx E UMA IDEIA PRA UM CONTO. OU PRA ESSE CONTO

Francine:
MEU EU TIVE UMA IDEIA MEIO LIFECHANGING AGORA
isso vai direcionar meus esforços de agora em diante
– vc já pensou que daqui uns 20 anos ou menos ou mais
teremos arqueólogos e paleontólogos virtuais?
especializados em encontrar coisas na internet
xxx: !
é mesmo
mas só 20 anos?
pode ser…as mudanças estão tão rápidas..
mas não entendi como isso vai direcionar seus esforços|!
Francine: é o seguinte
eu estou vendo uma tendência pra esse negócio da curadoria na internet crescer muito
pessoas cujo trabalho é mapear os melhores links e compartilhar, essas coisas
ler informação, triar e espalhar para as pessoas certas
xxx: nem sabia que existia essa função!

Francine: não é jornalismo, é curadoria

MAS NÃO EXISTE
xxx: parece com vc
aah O_o
Francine: por enquanto não é muito claro

xxx: Mas já existe o termo “curadoria” para isso?

Francine: sim
eles até já inventaram manuais de prática
xxx
e o próximo passo disso é a arqueologia virtual
tem que existir gente que sabe encontrar a coisa usando os termos certos, tendo os links certos
e a curiosidade certa

Fraaaaaaaan! :O

que coisa mais SENSACIONAL! eu também não sabia que isso existia! na verdade, sempre via esse pessoal falando de curadoria (tipo o Brainpickings), mas achava que era mais um ~nome bonito~ pra “achei essa coisa gênia na internets e quero compartilhar com vocês” hehe
mas com você falando faz muito mais sentido! é viável mesmo! e é de doido!
E É UM CONTO SEM DÚVIDA ALGUMA hahaha
aliás, isso rende um universo, se a gente quiser jogar de verdade na literatura! imagina as xxx? imagina???!!!
😀 😀 😀 😀 😀

JÁ TÁ IMAGINADO!
tou vendo que nosso conto vai virar um livro.

O que acha??????????

acho sensacional pra caramba :))))))))))))))))))))))))))))))

E SE
e eu sei que isso é estranho e não muito chique, mas

e se fosse um livro escrito xxx, nesse universo
xxx

cara.

Isso pode ser muito legal.

Um livro com xxx
E aí eu sei que é arriscado, mas é uma maneira de escrever: a história se escreve sem grandes planejamentos de estrutura.

Porque assim, o Willifill tem uma mega estrutura e é bom escrever assim, mas queria treinar escrever dessa forma mais desordenada, pra ver como é.
E acho que é uma maneira de terminarmos mais rápido, o que vai fazer bem pros nossos eguinhos!!!!!!

Fran

COMASSIM NUM É CHIQUE É LINDO MAGINE MENINE
eu adoro! é demais!!!!!!!! 😀
mas aí xxx
eu acho legalzíssimo! e é arriscadinho, sim, um bucadim, mas é sempre um experimento, né não? =)
sensacional 😀

Eu acho mais legal a gente pelo menos começar cada xxx
Tipo, a história vai seguindo adiante, mas sempre xxx
Tipo

capítulo 1
xxx

capítulo 2
xxx

É meio que a experiência de escrever e ler um livro ao mesmo tempo né????? Meu, acho que somos a melhor dupla pra fazer isso!!!! xxx

Ai, concordo. É mais legal mesmo. 😀
e SIMMMMMM TOU EMPOLGADA! vai ser lindo isso!!!! <3

E e e e você tem alguma preferência do xxx que quer escrever? 🙂 Eu tou de boas, acho que os dois vão ser legais!

Posso ser xxx?
Tou meio esgotada de falar xxx, já que imagino meu narrador xxx no Willifill! 😀

Pode, pode! Até porque a historinha (que ainda só rola na minha cabeça :|) é sobre uma moça, então ia ser legal xxx
Hmm, não sei quem pode começar… porque quem começa é quem apresenta esse mundo pro leitor, né? A gente vai manter a ideia dos xxx? 🙂 porque aí pode ser legal ele começar contando, já que ele é (eu acho) um cidadão mais típico e tchururu. O que você aaacha? 😀

Não sei ainda como desenvolver essa história do xxx e isso que é mais legal!!! Pode ser esse enredo sim!

Manda bala, xxx!!! Vc começa 😀

   

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DrawSomething e o Nobel da Paz

Dia desses a @luizasm disse que o @rafaelcapanema disse:

“o cara que fez o draw something deveria ganhar o nobel da paz”

E 3 dias depois de ter baixado o bendito app e ter passado 72 horas de puro frenesi e emoção com ele, só tenho a dizer: essa é a frase mais verdadeira do século XXI, que deveria ser transformada em abaixoassinado (tipo aquela petição pelo novo FOFY – cujo resultado continuo a aguardar, sôfregamente) e circular pelos e-mails e murais de Facebook como corrente etc.

É que esse aplicativo-joguinho é a coisa mais singela que já surgiu nessa tela. Porque você está lá, sem fazer nada, e de repente resolve desafiar aquele amigo-que-nem-é-tão-amigo assim, mas que figura na sua listinha do DrawSomething. E quando menos espera, você está compartilhando do processo criativo da criatura (é, PROCESSO CRIATIVO, é claro que eu ia falar disso): e compartilhar o processo criativo é de uma intimidade assustadora.

Tô falando sério. O que eu mais gosto é reparar no processo do desenho de cada um. Tem o doido que começa e apaga zilhões de vezes, o outro que capricha como se fosse expor o desenho no Louvre, outro que vai de primeira sem medo de ser feliz, outro que tem um dicionário simbólico MUITO ESQUISITO, e em vez de desenhar um ímã, desenha a mãe, porque ela lembra comida e comida lembra geladeira e geladeira lembra ímã – e o coitado do outro lado precisa acompanhar e adivinhar todo esse raciocínio. A mesma diversão é assistir ao outro tentando descobrir a resposta. Tem os que desistem fácil demais, os desesperados, os espertinhos literatos que ficam tentando juntar letras e ir por eliminação.

Acho que é meio como se sentir dentro da cabeça do outro. Você começa a descobrir outros processos de criação e de raciocínio, e realmente se esforça pra entender o que se passa dentro daquele crânio obscuro do outro lado do jogo. E o mais legal, o mais bonitinho mesmo, é que não é bem uma competição. A gente ganha e perde juntos. Cada parzinho se esforça pra ganhar junto, e pra isso precisa entender muito bem o outro – e ajudar. E sempre com um certo bom humor, porque não tem como brincar de ficar fazendo desenhinhos usando a expressão mais sisuda do mundo.

Eu acho é que o mundo tem muito o que aprender com o DrawSomething.

Agora desenha um arco iro.

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