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The Paris Review – Hemingway

Em breve espero comprar a coleção da Paris Review, mas enquanto $não rola$ (preciso contar como mudei minha relação com dinheiro depois de aguns desesperos e de fazer um job para o Itaú [que você pode ver aqui]), comecei a ler pela internet, mesmo. Vou lendo e tentando compartilhar com você os highlights de algumas entrevistas. E vou colocar em português, porque sou legal.

Aqui vão alguns trechos de uma entrevista com Hemingway, que dispensa apresentações – mais um clássico de quem não li tudo o que deveria.

casalzinho

“Quando estou trabalhando em um livro ou história, escrevo toda manhã, o mais cedo possível, assim que a primeira luz do dia aparece. Essa hora não tem ninguém pra incomodar você, o tempo está fresquinho e você vai se aquecendo conforme escreve. Então é só você ler o que escreveu, e sempre parar já sabendo como vai continuar. (Assim, se no dia seguinte rolar um bloqueio criativo), você pode continuar. Basta começar, e tudo fica bem. A fluidez vem.”

“Desde que não tenha alguém por perto para te perturbar ou interromper, você pode escrever a qualquer momento. Ou, sei lá, se você estiver muito firme em seu propósito, pode escrever mesmo sendo interrompido. Mas a melhor escrita de todas é aquela que sai quando você está apaixonado.”

“Digamos que (o melhor treinamento para quem quer ser escritor) seria, primeiro, sair e se enforcar por achar que escrever bem é uma tarefa difícil e impossível. Então, ele deveria ser retalhado sem piedade e forçado por ele mesmo a escrever o melhor que pudesse pelo resto de sua vida. Bom, pelo menos ele teria a história do enforcamento pra começar…”

“Tentar escrever algo de valor é um trabalho cujo expediente dura 24 horas por dia – mesmo que você só escreva algumas horinhas por dia. Um escritor pode ser comparado a um poço. Existem tantos tipos de poços quanto existem escritores. O importante é ter uma boa água dentro desse poço. E é melhor tirar um pouquinho de água por dia do que secar o poço todo de uma vez só e ficar esperando ele se reabastecer.”

“Quanto melhor o escritor, menos ele vai querer falar do que escreveu. Joyce era um grande escritor e só explicava o que estava escrevendo para idiotas.”

“Acredito que existam simbolismos (nos meus livros), já que os críticos não param de encontrá-los. (…) não gosto de falar sobre isso. Já é duro o suficiente ter que escrever livros e histórias, imagina ter que explicar tudo. (…) Leia as coisas que eu escrevo pelo prazer de ler. Qualquer outra coisa que você encontrar ali será algo seu, que você mesmo trouxe para adicionar à leitura”. “Pode ter certeza que sempre há muito mais na leitura do que ela entrega logo de cara, e não é dever do escritor explicar ou oferecer visitas guiadas pelas partes difíceis de seu trabalho.”

“Se um escritor para de observar, é seu fim. Mas não precisa observar tudo conscientemente e ficar imaginando como isso ou aquilo será útil – exceto, talvez no começo. Com o tempo tudo o que ele vir vai parar no grande reservatório de coisas-que-ele-sabe-ou-viu. (…) Sempre tento escrever com o ‘princípio do iceberg’: para cada topo que aparece pra fora da água, existe um tantão de iceberg escondido. Tudo o que existir mas você puder não mostrar na sua história é o que vai deixar o iceberg-história mais sólido.”

“Todo mundo tem sua própria consciência, e não deveriam haver regras sobre como cada um usa sua consciência. Mas uma coisa que você pode ter certeza a respeito de escritores panfletários é que se seu trabalho sobreviver a seu tempo, pra conseguir ler o que ele escreveu, você vai ter que pular toda a parte da política.”

Veja na íntegra aqui.

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