Quando você não sabe mais escrever curtas de ficção porque hoje em dia coisa curta tem que gerar clique e não apenas divertir?
Cria uns personagens do nada pra ver se se inspira?
Pergunta ela, jogando umas sementinhas de personagens no quintal.
A que caiu em terra fértil gerou uns dez mil grilinhos coloridos. Apenas um era falante. Falou tanto que encheu o saco de todos os grilinhos, que fugiram e viraram milhares de consciências mudas (mas completamente chocadas) espalhadas pelo universo.
A que caiu em cima do muro virou uma espécie de Humpty-Dumpty indeciso sobre sua vida. Sempre que precisava tomar qualquer decisão, cofiava seu bigode por horas e não chegava a lugar algum. Seu problema é que ele achava muito pelo em ovo.
A que caiu na areia construiu um playground à moda antiga e vive se balançando no balancê da vida.
A que caiu junto das flores começou um coral floral e passa todas as manhãs ensinando as violetas a cantarem Oh Happy Day. O girassol tenta acompanhar, mas é o pior cantor de todos. Toda noite, entra em depressão.
Taí. Me treinando a voltar a escrever sem tensão no dedo.
Não é meu melhor post, mas o importante é forçar os dedos travados a tocarem alguma melodia. 🙂