Ah, a internet. Nunca vivemos em uma era com tanta referências, com tanta opção e com tanto acesso a gente boa fazendo coisa bonita. O Pinterest, então, traz horas e horas de acesso a festas lindas, ideias de decoração bacana, cupcakes, balões de gás, lousas, tipografia e macarons. Ou seja: com um pouco de talento e uma conexão de banda larga, é impossível fazer alguma coisa ruim.
Será?
Só tem um problema: usar referência também é um dom.
Usar referência do jeito errado, a referência pela referência. É assim que nasce um quase legal. Eu morro de medo do quase legal. Quase legal não é ruim, mas está longe de ficar bom. Quase legal nunca vai ser apontado como cafona, mas gera aquela sensação de “tem alguma coisa no lugar errado”. Quase legal é assustador porque nem sempre aparece no nosso espelho.
Quase legal é a diferença entre isso…
…e isso:
Quase legal é a diferença entre isso (o original, Mila’s Daydreams)…
…e isso:
Acho que ficou bem ilustrativo, né? : )
E onde o quase legal esbarra? Arrisco que é em parte na qualidade do material, em parte no talento com uma câmera, em parte na tentativa de se traduzir ideias do Hemisfério Norte para outra realidade. Mas o grande esbarrão mesmo, o que faz acabar a boniteza, é a falta de autenticidade.
Note aqui que autenticidade não é originalidade: de repente você pode até copiar alguma boa ideia do Pinterest, ela vai sair bonita na medida em que ela for muito VOCÊ. Se balões no casamento são você, as fotos vão sair muito mais bonitas que balões no casamento de um casal que só aceitou ter balões na festa porque “tá todo mundo colocando no Pinterest e é muito cool”.
É por isso que não tenho nada contra plágio. No fim, a imitação nunca vai ganhar do original. Porque falha na sinceridade.
2 Comments
Lu
Muito bom o assunto e bem ilustrado . Parabéns fran fran
sinceridade + simplicidade é tudo