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ilusões reencontradas

Estou lendo meu primeiro Balzac, o enorme Ilusões Perdidas, livro esse que, como quase todo livro que pego pra ler, nem sabia do que se tratava. Eis que ele tem falado comigo, por uma série de razões, sendo algumas delas razões criativas. Daquele jeito bem over francês do século 19 (gosto), ele conta a história de um poeta de província que vai pra Paris e se perde.

Tem um trecho muito legal, falado por um gênio do bem no livro, que quero dividir:

“-…o gênio é a paciência. A paciência é, com efeito, o que no homem mais se assemelha ao processo que a natureza emprega em suas criações. O que é a Arte, senhor, senão a natureza concentrada?

-Não se pode ser um grande homem gratuitamente. O gênio orvalha suas obras com lágrimas. O talento é uma entidade moral que tem, como todos os seres, uma infância sujeita a várias doenças. A sociedade repele os talentos incompletos como a natureza elimina as criaturas fracas ou mal conformadas. Quem se quer elevar acima dos homens deve preparar-se para a luta, não recuar, diante de dificuldade alguma. Um grande escritor é um mártir que não morrerá. Eis tudo. O senhor tem na fronte o selo do gênio: se não tem dele a vontade no coração, se dele não possui a paciência angélica, se a qualquer distância da meta em que o ponham os caprichos do destino não souber retomar o caminho do seu infinito, como as tartarugas que, seja qual for o lugar em que estiverem, tomam sempre o rumo do seu amado Oceano, então renuncie hoje mesmo.”

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