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Franando na França #3: Nancy

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E aqui ficamos nós, finalmente em uma cidade que não passou por um monte de desgraceira, pra variar um pouco. Nancy fica no coração (acho que é no coração, mas não sou tão boa de geografia, então pode ser que fique em algum outro órgão menos honrado) da Lorena (ou, em bom francês, Lorraine – e sim, é claro que comemos quiche lorraine só pela piada) e por isso é cheia de docinhos (pensem em macarons originais, sem recheio, coisa de doido) e bergamotas (para os paulistas, mexericas ou tangerina). Foram dias com pontos altos como uma manhã gelada escrevendo (ou tentando escrever) na Praça Stanislas, nosso primeiro almoço em um restaurante estrelado do Michelin (chiquérrimos), um carnival descoberto num parque (adoro isso) e a passagem pela cidade de Belleville, no caminho Verdun-Nancy – fiquei toda empolgada, adoro o desenho As Bicicletas de Belleville (mas não tirei fotos, porque passamos rapidinho e só fiz um vídeo pra mandar pra minha mãe)!

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Mas Nancy é mais conhecida por ser o berço da art-nouveau, escola de design do começo de 1900 que unia japonismo, racionalismo e naturalismo e acreditava que, como na natureza, tudo devia ser não apenas funcional – mas também lindo. E apesar desse raciocínio ser muito dos meus, eu não era tão fã da art-nouveau, porque nunca tinha sacado ela direitinho. Agora que vi de perto, posso dizer que voltei fã-za-ça. Acabou que art-nouveau foi o tema de nossa visita à Nancy e inspirou caminhadas (agradeço à Letícia do Parisieníssima por várias dicas!) e nossas visitas a museus.

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O que me lembra de fazer um comentário sobre os franceses e um pouco do meu gosto por eles. Pode ser um comentário cheio de erros, afinal, apesar de eu já ter vindo bastante pra cá, nunca vivi efetivamente aqui ou fui amiga íntima de algum francês, mas a impressão que tenho é que a cultura e a intelectualidade (seria essa a palavra, será?) estão muito enraizados aqui, no jeito de viver, de pensar, de criar filhos inteligentes. Deve ser muito difícil não crescer interessado em arte ou cultura de modo geral aqui. Aqui em Nancy, a todo instante trombamos com grupos de criancinhas tendo aulas ao ar (frio!!!) livre, quer de assuntos mais “sérios”, como história da arte, quer apenas passeando na praça e aprendendo a apreciar uma exposição. Se for comparar com meu ensino no Brasil – que não foi ruim -tive história da arte apenas no colegial, vendo slides cansados e antigos em um retroprojetor. Aqui a cultura e a história são vivas, a cultura é coisa que seus avós e bisavós fizeram, está nas ruas. Não tem como fugir dela, né?

Outra coisa que acho interessante observar é o comportamento das crianças em outros contextos, que não apenas o escolar, nos museus. Fomos a um aquário aqui numa quarta feira e tinha um monte de crianças passeando por lá com seus avós (se não me engano, quarta feira não tem aula aqui na França). Os avós não estavam gritando OLHA O PEIXINHO QUE LINDO!!! PEGA O PEIXINHO! TIRA FOTO COM O PEIXINHO! DIZ QUE AMA O PEIXINHO! Eles estavam curtindo com os netos e explicando o que era cada peixe, o quanto ele era curioso, como ele vivia, sua interessância toda como peixe.

Talvez seja por uma mistura de tudo isso que aqui eu ainda não tenha visto ninguém tirando selfie no museu, por exemplo…

E acabou que achei que ficamos tempo demais em Nancy – calculamos 3 noites e fizemos tudo o que queríamos em 1 dia, tendo que matar o resto do tempo! Mas é bom para descansarmos e aprendermos a curtir as coisas com calma. Normalmente, somos muito alucinados em viagens – saímos do hotel\apartamento às 8h e voltamos de noitão, mortos de canseira, usando o lugar de estadia praticamente pra tomar um banho e dormir. Esse ritmo é divertido, mas muito insano – e temos noção de que 50 dias nessa adrenalina vai ser impossível. Assim, estamos ainda aprendendo a lidar com o slow-traveling ou algo assim.

O primeiro erro que descobri que cometemos foi que acabamos economizando demais no hotel e estamos num quarto tão apertado que é praticamente cama. Me sinto os avós do Charlie, da Fantástica Fábrica de Chocolates, que viviam em cima de uma cama, todos os quatro, juntos. Desse jeito apertado não é tão animador ficar de boas descansando entre um passeio ou outro e acabamos querendo sair o tempo todo. Meio claustrofóbico aqui. :S

Viajando e aprendendo! Torcendo pra que a próxima acomodação seja mais chic e boa pra descansar, um beijo pra vocês!

2 Comments

  • Ana Maria Figueiredo almeida
    Posted 4 de novembro de 2016 at 20:55

    As fotos são belíssimas. Beijos.

  • Letícia Chevrier
    Posted 6 de novembro de 2016 at 20:09

    Ah, que demais! Tive até direito à menção honrosa! <3
    Fico feliz que tenham gostado da minha dica mínima. A art-nouveau fez o resto! 😉

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