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Franando na França #2: Verdun

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Pensem numa cidade que esteve constantemente no lugar errado e na hora errada. Agora pensem no quão ruim deve ser você ser essa cidade, já que como cidade você não tem muita escolha a não ser continuar ali. Essa é Verdun, uma cidade que calhou de ser bem no meio das brigas entre alemães e franceses não apenas em uma, nem duas, mas em pelo menos 5 grandes guerras – e pra ajudar tem uma geografia extremamente estratégica para construções de fortes. As datas da foto acima contam todas as vezes em que esse local foi destruído ou damaged (estou tão imersa em outras línguas, tentando falar o menos de português possível por aqui que já estou dando tilt vocabular) em sua história.

A cidade, hoje, no entanto, parecia uma coisa pacata só. Descobri que dia de finados é comemorado dia 1 na França, e por isso ontem e hoje a maioria dos lugares estavam fechados e quietinhos. Quando descobri que íamos visitar o Ossuário de Douaumont em pleno dia de finados, achei que íamos fazer o pior erro ou o mais lindo acerto da viagem. Logo imaginei centenas de descendentes de soldados indo lá prestar homenagem a seus bisavôs. Ao chegar lá, uma surpresa: tudo bem vazio. Em termos de pessoas visitando seus bisavôs, no caso. Porque em termos de pessoas já passadas, é uma coisa de doido. De lindeza e de “gente, apenas parem”.

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A sensação em Verdun – no Ossuário, especialmente – que não fica exatamente na cidade, mas a uns 15 minutos de carro dela, é de melancolia. Muita tristeza passou por aqui e esse tipo de coisa dá um jeito de agarrar na parede de pedra dos lugares. Mas muita coisa linda também, muita história pra contar. Faz pensar em nossa história no Brasil, como é pequena, curtinha e felizmente de muita paz. Me fez pensar em meus ascendentes (tenho um tataravô nascido em cada país da Europa ocidental, praticamente) e no que eles passaram pra que eu chegasse aqui e visse essa história. Pra falar a verdade, não faço ideia do que eles passaram, mas a gente vai imaginando e sabe como é a cabeça. A minha, pelo menos. 🙂

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Pela manhã compramos chips de celular (yay) e viajar para outro país com internet ilimitada no celular é uma experiência que nunca tinha tido antes e super recomendada. Me sinto mais segura, mais em casa. Parece que não, mas um Google aqui e acolá e uma fuçadinha no Instagram fazem uma diferença.

De manhã, passamos na Cidadela Subterrânea de Verdun, um passeio por um lugar escondidinho onde muita presepada aconteceu. Achei que ia ser um passeio simples, um pique meio Museu dos Esgotos de Paris (sim, fomos lá ano passado, adoramos nos enfiar em buracos), mas logo que chegamos nos botaram num carrinho muito doido que saiu passeando por lá, com direito a projeções e músicas. Bem pique Disney. Bem o tipo de passeio que eu e o marido adoramos. Túneis com projeções e musiquinhas é com a gente mesmo. Sempre damos um jeito de encontrar, até numa cidade pequena da França. Pior que era de excelente qualidade, não era pique museu de Stars Hollow.

Comidamente, hoje não fomos tão bem, mas fomos. Por conta do feriado e de alguns desencontros de horário, o almoço e o jantar foram aqui perto do hotel mesmo, na beira da estrada. Não preciso nem dizer que restaurante de beira da estrada do interior da França já é bom pra chuchu, né? Pra mim, França é tipo Minas: qualquer biboca vendendo qualquer coisa merece Michelin.

É isso! Amanhã partimos pra próxima! Au revoir!

2 Comments

  • marilucia araujo marques guilen
    Posted 1 de novembro de 2016 at 22:10

    Que legal acompanhar tua viagem por aqui. beijin meninos. Gostei bastante.

  • Ana Maria Figueiredo almeida
    Posted 1 de novembro de 2016 at 23:26

    Realmente “muita tristeza passou por aqui e esse tipo de coisa dá um jeito de agarrar na parede de pedra dos lugares”. Você descreveu perfeitamente a sensação que eu tenho ao visitar esses lugares, a tristeza está em cada pedra.
    Beijos e divirtam-se bastante.

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