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a técnica é a base da diversão.

Tou com saudades do meu órgão.

Não, não do fígado que um dos stalkers do meu passado virtual negro roubaram há muito tempo atrás em uma banheira de gelo muito muito distante. Meu órgão, aquele que toca músicas. Ele mora lá em Santos, e eu o vejo muito pouco agora.

E agora, quando eu sento pra tocar, parece que meus dedos  pesam mais que dez bigorninhas, me confundo toda, é patético.

E é muito isso: a gente não desaprende, mas é como se. A diferença entre nós, meros mortais, e eles, as gentes grandes e os gênios, é que eles, além de não terem desistido logo no começo, chorando e falando que não eram capazes [momento autobiográfico], geralmente passam 25 horas por dia treinando, o que quer que seja.

Eu acredito que isso seja uma coisa acima da banalidade. Se você é bom numa coisa ou pelo menos aprendeu, é como se fosse um talento, um dom. E a gente tem sempre que exercitá-lo. Senão perde o direito a ele. Piração, né… eu meio que antropomorfizo o talento.

Mas é bem por aí. Você nunca sentiu essa coisa esquisitiiiinha, de que tem dias que parece que a gente simplesmente não acorda com o dom? É como se ele tivesse resolvido sair de férias, ou tivesse ataques de prima dona. Não tem dias que você sente que está dirigindo pior ou que de repente desafinou e esqueceu como é que canta? Ou quando você escreve, escreve, escreve e percebe que o texto saiu ruim pra caramba?

Música, andar de bicicleta, dirigir, fazer exercícios, e creio que todas as artes… todos seguem esse padrão. Se eu não suspeitasse que é algo acima disso, queria saber a explicação neurológica pra isso. Alguém chama o Oliver Sacks.

1 Comment

  • fernando assis
    Posted 12 de dezembro de 2007 at 14:48

    onde eu posso encontrar animo e vontade para treinar algo com plena dedicação??

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