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ao pensar em escrever uma história, uma que tenha personagens, uma que tenha seres viventes, a não ser que você seja o despontuado José Saramago, vai ter que dar um nome pros seus nenéns.
Sim, seus nenéns, porque seus personagens são seus filhos. Ou netos, já que se as criações são seus filhotes, os personagens nelas contidos são os filhos dos seus filhos. Enfim.
Quando comecei a escrever meu livro, fiz um brainstorm entre eu e eu mesma e decidimos os nomes dos protagonistas. Sem explicação lógica, querendo nomes sonoros e diferentes, escolhi Sandro e Manfredo.
Até aí quem imaginará o inusitado, ora, ninguém. Manfredo é um nome esquisitíssimo e já foi descotado faz tempo (parece Manfred Mann e ninguém vai querer lembrar da trilha do Meu Primeiro Amor lendo meu livro).
O inusitado da coisa tá aqui: em um cantinho da página dos rascunhos iniciais anotei que os apelidos dos personagens seriam, respectivamente, Sam e Fredo.
[pausa dramática]
você me vaia, atira tomates em mim, me chama de chata, boba e feia, mas só depois de saber que eu não tinha lido O Senhor dos Anéis e muito menos visto os filmes, que sequer tinham sido lançados na época. Não fazia idéia do que eram hobbits e seus respectivos nomes nunca me tinham sido apresentados.
Pode imaginar o susto que levei ao perceber que Tolkien, há muitos anos atrás, teve a feliz idéia de nomear seus hobbits de Sam e Frodo?
Encarei como um sinal, ora sim senhores. Afinal, também se trata de uma trilogia de fantasia. Medo.
PS: agora o Sandro continua Sandro, apenas Sandro. E o Manfredo, esse virou Pedro.
Sam e Fredo. Digo, Frodo.