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Falta água pra sobrar ideia

Vamos falar sobre a falta d’água em São Paulo! E não, não quero comentar sobre implicações políticas, macroeconômicas nem macroqualquercoisa da coisa toda. Se quiser ler sobre esse tipo de coisa, tem umas 2 mil matérias e uns 2 milhões de posts de Facebook,  para todos os gostos. Aqui no meu blog não. 🙂 Quero aqui falar – e acho que serei breve (sabe como é, dedos enferrujados) – sobre como a falta traz ideias.

Porque (e já falei disso na época em que as pessoas brigavam porque o ônibus ia custar 3,20 – hoje são 3,50) gosto de pensar em um jeito diferente de pensar nos problemas: e penso que eles aparecem pra nos dar novas ideias. Não saiu água do chuveiro, o ônibus tá caro e a operadora de celular vai cancelar o 3G superutilizado? Vamos pensar em opções de rebater isso aí. É andar mais a pé,  é tomar banho junto com o maridão, é vender o celular? Ou talvez até, quem sabe, é iniciar uma revolta camponesa do século XXI? Cada um pode encontrar a sua ideia. Mas o importante é encontrar. Acho que reclamar muito sinaliza certa falta de criatividade. Acredito que toda grande ideia nasceu de uma grande necessidade. Não existem (ou são raras) ideias que nasceram de combustão espontânea. Podem até ter realmente nascido de uma reclamação, mas bastou um reclamão levantar da cadeira pra conseguir mudar alguma coisa e elevar seu status de reclamão para gênio. Temos que parar de ser essa geração que nasceu acostumada com ter todas as ideias essenciais prontas pra gente. Não precisamos criar nada, vivemos a rotina recebendo na cabeça banhos e mais banhos de ideias prontas que são a soma de pequenas ideias de mil gênios no decorrer da história (do cara que inventou o cano ao cara que inventou o banho) e nunca nos questionamos de onde elas vieram.

E não acho que tenhamos que reinventar a água, não. Como não sou adepta das revoltas camponesas, acho que temos que criar novas ideias, simples, bestinhas de encarar a rotina: lavar o cabelo uma vez ao dia (e não duas, como eu fazia, sim, eu sei, um suicídio capilar, além de tudo) foi o começo que encontrei, por exemplo. Comprei até uma touca em forma de patinho pra me incentivar a fazer isso.

Acho que a atual situação serve também como lição: podemos xingar até a mãe do Papa, mas quem está por trás disso tudo é tudo aquilo que aprendemos nas aulas de educação ambiental e nunca nos preocupamos em colocar em prática. Quem sabe sendo forçados a colocar em prática a gente aprende de verdade? E é isso. Reclamei. 🙂

 

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