O Julio era meu amigo desde 2004. Quando nos conhecemos, ele era um grunge amalucado de camisa xadrez mesmo depois que os anos 90 acabaram – e eu era uma adolescente pré-vestibulanda que tinha acabado de deletar um blog chamado PanakinhaSsS. A gente se casar não estava no meu script, nem na nota de rodapé. Mas estava escondido entre uma conversa no ICQ e outra, entre uma entrelinha e outra. Entre uma estrelinha e outra. Bem escondidinho nas folhas do meu diário, de uma maneira tão viva, com coincidências que se eu contar ninguém acredita. Não vou contar. 🙂
Acho que me apaixonei de vez mesmo, depois do primeiro, segundo, terceiro beijo. Me apaixonei no dia em que me desesperei porque achava que eu ele não teríamos assunto. Que um dia, não teríamos mais do que falar. Naquele dia, ele me disse que por ele, poderíamos ficar velhinhos só olhando um para a cara do outro, sem assunto nenhum. Sem falar nada. E que ele tinha certeza de que mesmo assim seria divertidíssimo.
Depois, me apaixonei mais um pouco quando ele me pediu em casamento extraoficialmente, enquanto assistíamos à um romântico episódio de Anomalias Médicas.
Pouco mais de 1 ano depois, ele me fez o pedido de casamento oficial, da forma mais trivial do mundo. Sem preparações. Entregou a caixinha das alianças na minha mão e assim pediu minha mão. Eu aceitei.
Já tínhamos conversado bastante sobre qual seria nossa festa de casamento dos sonhos: sem requinte. Sem sofisticação. Com bom gosto. Queríamos algo parecido com um parque de diversões antigo, daqueles com carrossel, algodão doce, maçã do amor e muita diversão. No final, não conseguimos o carrossel (foi por pouco!), mas conseguimos uma comemoração que vai ficar marcada pra sempre no nosso coração. 🙂
Não foi muito fácil conseguir organizar um casamento que saísse do padrão em um mercado tão tão TÃO padronizado quanto esse da indústria casamenteira. Só a organização dessa festa merecia uma série de posts bem grande, cheio de causos. Um dos causos incríveis foi a maneira como encontrei a comida para o casamento, que foi uma das coisas mais elogiadas da festa. Numa madrugada, digitei “barraquinha gourmet” no Google, e encontrei uma entrada, apenas. Um post num blog, que linkava para um e-mail do Gmail. Sem site, sem nada. Aliás, não ter site ou ter um site que não faz jus ao trabalho maravilhoso que os caras realizam foi padrão geral nos fornecedores do casamento.:) No caso das barraquinhas, tentei a sorte, e tirei a sorte a grande. Com tapioca, carne louca, mini hot dogs, mini hamburgueres, pastéizinhos e outros quitutes maravilhosos, a Manu Navarro arrasou e fez do meu casamento uma delícia. 🙂
Fora a comida boa, tivemos atrações sensacionais, como bandinha de Jazz New Orleans, malabaristas, um show de mágica do noivo e um show de canto e sapateado da noiva (fingindo bem que arrasamos, em espetáculos deliciosamente mambembes :D). Tudo foi lindo. Eu repetiria novamente, com ajustes aqui, outro ali. E ando até com saudades de organizar algo megalomaníaco de novo (o que anda me dando umas ideias huhuhu). Ah! Salvei todas as músicas que tocaram nos 3 ambientes da festa em 3 playlists deliciosas para inspirar vocês. Tá aqui:
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O post já está ficando longo e encerro por aqui. Por último, quero deixar um recado pra você que ainda não casou e que sonha como eu sempre sonhei: case-se mesmo, case-se com amor. Case-se quando você entender o significado de que amor, quanto mais profundo, mais leve.
FICHA TÉCNICA
Direção criativa 🙂 Noivos
Fotos Fernanda Petelinkar
Vestido noiva Pó de Arroz
Cabelo e maquiagem Circus Hair
Sapato noiva Loloux
Local Centro Cultural Rio Verde
Catering (comilança) Manuella Navarro
Bolos La Passione
Cookies Cookiebox
Malabaristas Irmãos Becker
Banda New Orleans JASS Band Brasil
Decoração Fatto Manu, com coisinhas do AliExpress 🙂
Convite e papelaria Aldo Fabrini, Noiva e Mãe da Noiva (Marilúcia Guilen Ateliê)
Livrinho para as crianças Texto Noiva e Ilustração Noivo 😉 (com encadernação de Marilúcia Guilen Ateliê)