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Musicoterapia semanal de mim pra vocês

Oriunda da família DO RE MI, pai maestro e uma orquestra de primos e avós, tinha que sobrar um pouco pra mim. Daí que amo música. Acho que passo umas 12 horas por dia ouvindo música e procurando bandas novas – e, mais importante, selecionando com muito critério o que elas querem cantar pra mim. Uma mistura de curadoria com música. Quer coisa mais gostosa?

E desde a invenção do gravador de CDs no computador, não perdi uma mania. Que é a de fazer playlists pras pessoas queridas. Seja aniversário, casamento, despedida, felicidade ou tristeza, adoro o desafio de sacar da manga do meu iTunes os sons que acho que vão fazer melhor pra determinada pessoa em determinado momento. Eu não entendo nada de musicoterapia, mas essa é minha musicoterapia.

Com o tempo, percebi que essa mania era super bem recebida pelas pessoas. Muita gente me liga do nada no meio do dia ou manda e-mail pra agradecer que o CD que gravei animou sua tarde, ou que achou que tal e tal música foi escrita pra ela, ou até que falou da playlist na sessão de terapia (juro!). Ver que uma simples seleção das músicas certas deixa os outros felizes me deixa feliz. E isso me inspirou a começar mais um projeto (sim, mais um, porque né): todo domingo à noite vou aproveitar aquelas horas à toa e montar uma playlist temática pra iluminar nossas semanas. Meio autobiográfica, meio autoajuda e completamente inspiradora.

O projeto ainda nem tem nome direito, mas a primeira playlist já está aí, sem muita firula e alguma escala de cinza, porque não tem sido fácil pra ninguém. E não me peçam explicações, porque né.

Espero que gostem. : )

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What I do at work when I’m supposed to be working.

Não aguenta mais a rotina? Não aguenta mais o café pontualmente às 16h sempre naquela mesma xícara que tem um quebradinho já cor de cafeína, há 3 anos e meio te acompanhando nos bons e maus momentos? Não aguenta mais reuniões de 3 horas de automassagem mental da diretoria que terminam sem uma, ou sequer meia, aplicação prática? Está esperando aumento desde o ano passado para o mês que vem? Uma distraçãozinha cairia bem.

Em 2009, David Fullarton fez uma intervenção artística no escritório de uma rádio, chamada The Sisyphus Office, misturando pedaços de arte aos comunicados que normalmente circulavam entre as baias e murais da empresa. Esses pedaços arteiros mais tarde viraram uma exposição e um livro. Gosto da defesa do trabalho dele:

The project’s aim was to “highlight art as an integral and necessary distraction in our day to day life,… to examine the artifice that keeps us clinging to reality and distracted from the void. Sisyphus Office is about punching the clock, and then punching it again…but harder the second time. It’s about transcending the mundane through the beauty and absurdity of distraction. It’s about recognizing the comedy in the tragedy of the day to day… and then waking up again to do the same thing all over again the next morning.”

 

 

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Três Palitos | Banda Gentileza

A proposta da série Três Palitos é mostrar como pessoas das mais diversas áreas lidam com seus processos criativos e ouvir alguns causos inspiradores ao pé do fogo. São 3 perguntas relacionadas à criação respondidas de forma rápida e gostosa de ouvir!

Tá a fim de participar? Manda um e-mail pra mim!

Por várias razões, acabei me enrolando pra postar as entrevistas, mas cá estão elas novamente. Peço perdão pela demora e agradeço de coração ao Heitor, da Banda Gentileza, que teve a gentileza de ser o primeiro a responder meu pedido de entrevista. : ) Sou muito fã da banda – ano passado, o primeiro CD deles me marcou bastante e valeu um ótimo show que assisti do segundo andar do Studio SP num belo Cedo e Sentado (se não me engano). Não vejo a hora de ouvir o próximo trabalho deles. Confira o que o vocalistaviolinistahomemdemuitostalentos da banda me contou sobre seu processo criativo.

Site | Myspace

A banda começou em 2005 como um quarteto – consequência de algumas festas do curso de Comunicação Social da UFPR. Gravamos um EP ao vivo no mesmo ano e passamos a tocar em alguns bares de Curitiba. Em 2006 e 2007, entraram a Tetê e o Artur na banda, aumentando o número de integrantes, instrumentos e referências. Em 2007, gravamos nosso segundo EP ao vivo já com alguns elementos sonoros novos. Em 2009, já com o Emílio substituindo o Jota na guitarra, gravamos nosso primeiro álbum, produzido pelo Plínio Profeta – o cara trabalhou com artistas como Lenine, Pedro Luís e a Parede, O Rappa, Lucas Santtana, Tiê, entre muitos outros. Com o disco, conseguimos tocar em mais cidades do Brasil e uma repercussão interessante – o álbum apareceu em algumas listas de melhores lançamentos do ano. Hoje o Lucas Lara é o nosso guitarrista e estamos compondo músicas para o nosso segundo álbum, que pretendemos lançar em 2012.

1. A INSPIRAÇÃO

Às vezes é uma frase que alguém diz e que eu entendo outra coisa sem querer. Outras vezes é alguma história que você toma conhecimento. Eu sou meio ruim de inspiração. Normalmente fico mais na transpiração. Se eu faço uma rima ou uma frase que me parece interessante, começo a destrinchá-la para dar sentido a ela. É bem comum o conteúdo ser consequência da forma – de eventuais rimas, aliterações e jogos de palavras. Como exemplo, poderia citar a letra de “Preguiça”. Eu estava na academia – aquele lugar em que você precisa abstrair o contexto e se esforçar para ouvir seus pensamentos com aquela música animada tocando – e me dei conta de que a minha vida não estava muito do jeito que eu queria. Eu estava meio que patinando no lugar. Estava na esteira ergométrica. Quando cheguei em casa, tudo saiu rapidinho. Em meia hora, estava pronta.

2. O BLOQUEIO

O pior é esse em que estou no momento, ahaha. Faz mais de um ano que não faço uma música completa. A última coisa que eu fiz foi uma letra para uma música nova do Artur. E olha que isso já faz tempo. Não sei o motivo para isso, mas está meio complicado. Ainda não saí do bloqueio, mas tomei uma atitude: pedi demissão. Vamos ver se com tempo livre eu consigo me dedicar à transpiração.

3. O PODER CRIATIVO
Pra minha vida, já trouxe diversas coisas legais. Desde olhar para o papel rabiscado e sentir uma satisfação com aquilo que acabei de escrever, passando pela sensação de finalizar uma música em um ensaio com o resto da banda – cujos integrantes são grandes amigos meus – chegando até às viagens e shows. É clichê falar isso, mas presenciar o público cantando a música da sua banda, dançando e se divertindo, seja em Curitiba ou outra cidade, é indescritível. Para a vida dos outros, é complicado dizer. Mas já teve gente que veio dizer que tal música parece que foi escrita para ele ou para ela. Ou seja, de alguma forma, algumas pessoas se identificam com algo que você escreveu trancado em casa. Além do mais, a gente percebe que nossos shows divertem muita gente. Por mais que seja apenas por uma noite, acho que é um momento em que as pessoas se soltam e voltam para casa, assim esperamos, mais felizes.

Outras faíscas:

Trupe Chá de Boldo

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Autoajudando a autoajuda

Sei disso porque já passei por essa fase, e bem cedo, na época em que levar um livro da Agatha Christie pra ler na hora do recreio era símbolo máximo de literatura: é que todo leitor que se considera “iluminado” passa por uma fase em que ele descobre o que é que o difere do “leitor comum”. É quando ele começa a olhar com cara feia as listas de best-sellers e dá uma risadinha disfarçada ao ver aquela senhorinha de crocs e coques lendo aquele livro que está na moda. É quando ele passa de nariz empinado pela seção de autoajuda, alimentando o senso comum de que livros de autoajuda são coisa de gente burra.

Resolvi fazer esse post depois de perceber muita gente confessando pra mim, meio sem graça, olhando pros lados, que estava lendo determinado livro de autoajuda. Gente bacana que fala isso quase que pedindo desculpas, como se essa declaração fosse um ingresso pra que eu fizesse um Bücherverbrennung com eles em plena praça da Sé, jogando na fogueira livros, pessoas, Paulos e Coelhos.

E espera aí, que não é por aí. Claro, existe muito livro de autoajuda safado por aí, de gente que inventa regra pra tudo e escreve meia dúzia de afirmações óbvias, pensando na grana – e isso já subverte o papel final do livro.

Mas a autoajuda em sua essência não precisa ser isso. Esse gênero pode ser bem escrito, deve trazer alguma coisa bacana, alguma coisa que te faça sentir bem porque primeiro te fez sentir alguma coisa, porque te conta coisas novas, coisas inteligentes, porque te mostra um novo viés para viver (e o legal é que, sob essa ótica, qualquer livro de literatura pode ser uma autoajuda disfarçada).

O problema não é a autoajuda. É a autoajuda que não te acrescenta nada, que faz você ler e achar bacana, copiar uns textos na sua timeline do Facebook e continuar lá, todo bacana. Isso se aplica a todas as autoajudas dessa vida. Terapia bem feita é autoajuda, crença sincera é autoajuda, exercícios físicos regulares são autoajuda. E se você está saindo do consultório, da igreja ou da academia super de bem com você mesmo todos os dias, sem uma dorzinha lá ou acolá, lamento informar: ela não está te ajudando em nada.

Por isso, da próxima vez que você for me contar que está lendo um livro autoajuda, não precisa se esconder. Você está lendo ele do jeito certo? Você já está colocando em prática na sua vida? Você tem vontade de ir a fundo e entender as bases do que você está lendo?

E principalmente: ele te ajudou?

Então não me interessa se é cafona ou não.

Com o tempo você pode até ir migrando de estante e descobrindo novas formas de se fazer autoajuda, uma que não envolva, necessariamente, fórmulas prontas para o sucesso ou fotos dos próprios autores com seus dentões brancos em exposição.

Isso é autoajuda:

Isso é autoajuda:

Isso é autoajuda:

Isso é autoajuda:

Isso é autoatrapalhação:

Isso é automóvel:

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