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quarta de cores

Tudo o que eu faço ou tento fazer direito na vida é minha técnica pra não levar uma vida sem graça. Não me conformo em ter os mesmos assuntos todo dia, em me gabar das mesmas conquistas vazias da noite anterior, dos 14 aos 50 anos.

Cansei de ver gente lutando desesperado pra não ter “uma vida sem graça” e fugindo da vida real – e tudo o que ganhou em troca até hoje foi uma seqüência de domingos vazios de ressaca na frente da tv ou do YouTube.

Lutar contra isso é uma das minhas unfightable fights.

É isso: não gostou, não pega eu.

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Você tem um minuto?

Acabei de assistir a um filme nem tão bem executado, mas com uma ideia bem perturbadora. No Preço do Amanhã a moeda corrente é o tempo, num futuro em que as pessoas andam com um cronômetro mostrando quanto tempo de vida elas ainda têm, tatuado no braço. Você vê cada segundo se esvaindo, e a cada nova aquisição, o tempo diminui no cronômetro.

Ando bem incomodada de ver o desespero com que a gente precisa correr pra um computador pra ver as atualizações do facebook, procurar o que está acontecendo no iPhone, sendo alimentada pelos feeds como se a vida dependesse disso. E se você tivesse seu tempo restante de vida tatuado no braço, diminuindo a cada segundo, com que frequência correria pra ver a vida passar no dashboard do tumblr? E você teria feito o que você fez na última hora?

E na vida real a gente não consegue nem comprar mais tempo!

– comprei Amor Além da Vida, o livro que originou o filme, na banca da estrada porque esqueci o livro que estou lendo em São Paulo. É interessante como ele guarda algumas semelhanças com o livro que estou escrevendo, o que quer dizer que, sem querer, ele pode ter uma explicação espírita bem doida – e eu adoro essa possibilidade!

– no meu livro, a moeda corrente também não é dinheiro, mas sentimentos. 🙂

– e quando encontramos muitas semelhanças das nossas coisas com o que andamos lendo ou vendo é que estamos escrevendo, lendo e vendo as coisas certas!

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Ler do jeito certo

No meu livro existe uma biblioteca chamada Biblioteca Proibida. A entrada é franca (muito franca) e alguns personagens, uns coitados que leem com a cabeça, acreditam realmente que aquela biblioteca é proibida pelas autoridades do local. Eles leem escondidos em suas mesas, sem nem notar que milhares de pessoas em volta estão lendo, desproibidamente, de maneiras muito mais completas. Transcrevo um trechinho aqui:

Na verdade, a um segundo olhar mais minucioso, era possível perceber que aqueles sujeitos não estavam realmente lendo – ou não o faziam da forma tradicional, pelo menos. Uns lambiam as páginas, outros assopravam, outros batiam com os dedos nas folhas sem dó nem piedade, outros, ainda, conversavam com as páginas, animadamente. A leitora mais assídua ali no canto mergulhava de maiô e tudo dentro de um livro (e letras espirravam por todos os lados, uma bagunça). Era possível contar nos dedos quem lia olhando para as páginas, paradinho, paradinho.

É que lembrei disso ao assistir a um dos curtas de animação que está indicado ao oscar, The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore. Pode até ser que a ideia não seja a mesma, mas senti uma certa sintonia com minha cabeça e estou encantada com essa animação. Olha só:

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=Adzywe9xeIU]

Estou ansiosa pra assistir no iPad!

*dedico esse post ao querido tio Sandro, que faz aniversário hoje e sempre foi minha inspiração, desde cedo.

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